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FOTO DE MARIVALDA NO SERTÃO

VERSO DA MUSICA “OPESO DA SECA”

PASSA BOI PASSA BOIADA

PASSA O TOURO AZULÃO
POIS UM SONHO DE MENINO
FAZ DOER MEU CORAÇÃO

PASSA BOI PASSA BOIADA

PASSA O TOURO ASULAO
POIS SÓ PEÇO QUE NÃO POSSAM

SE ESQUECERE DO NOSSO IRMÃO

PASSA BOI PASSA BOIADA

PASSA O TOURO AZULÃO

POIS UM SONHO DE MENINO

FAZ DOER MEU CORAÇÃO (BIS )

POESIA E MUSICA BREJEIRA "CHEIRO DO SERTÃO"

CHEIRO DO SERTÃO
De Marivalda

MORO NO MATO MAIS
ENTENDO BEM DE CHEIRO
SOU MATUTA BEM SABIDA
SOU BOA ATÉ NO TEMPERO
SAÍ DO MATO
FUI PRA CIDADE GRANDE
FUI CRIAR OS MEUS “!BICHINS”
E LHES DAR EDUCAÇÃO

JÁ TÁO FORMADOS
EDUCADOS EMPREGADOS
TOU DE VOLTA PRO SERTÃO
VOU VIVER A VIDA DE GADO

LEVO A MINHA REDE
TEM O ARMADOR NA PAREDE
AS COISA DA CIDADE GRANDE
VOU DEIXAR TUDO PRA TRAZ
TOU COM SAUDADE DE VER
O CHÃO PRATEADO
NAS NOITES DE LUA CHEIA
SENTIR O CHEIRO DO GADO

GADO MUNGINDO
COM O CHEIRO DA INVERNADA
A JITIRANA SUBINDO
FLORINDO FLOR BEM ROSADA

O CHÃO BROIANDO
EMBAIXO DOS TORRIAMES
VER A FLORADA DO FEIJÃO
MILHO ARROZ E ALGODÃO
MOLHAR MEUS PÉS
NO ORVALHO ANTES DO SOL
BEBER O LEITE MOGIDO
NA PORTEIRA DO CURRAL

VOU CHAMAR ZECA PEDRO MARIA E TIÃO PRA NOS

DANÇAR ESSE XOTE NA NOITE DE SÃO JOÃO

POESIA (MUSICA BREJEIRA)

ENTRE GARRACHOS E ESPINHOS
De: Marivalda

Senhores Críticos deixai-me
Passar sem pego
Que um matuto sertanejo
Traz uns “versin” pra cantar
Eu sou da terra
Onde acaân é cantora
Sou do meu nordeste
Tenho razão de cantar
(refrão)
Entre garranchos e espinhos
Vive o povo do sertão
Dorme em banco ou no chão
Mais se tem bom

Não sou Cecília Meireles
Nem Carlos Drumont
De Andrade
Não espere obra prima
Dum sertanejo plebeu
Eles cantam a riqueza
Os bosques a naturez

Eu canto a roça a cabana
Conto o sertão que é meu
(Entre garranchos e espinhos...)
Contudo peço licença
Ao majestoso Recinto
Pra dizer tudo que eu sinto
A respeito da cidade
São retalhos diferentes
Bordados de toda cor
Violência, violência
Não se fala de amor
(Entre garranchos e espinhos...)

Ofereço os meus versos
Rudes e brejeiros

Pra Chegarem a academia

Ou mesmo no estrangeiro
Não preciso de cadeira
Pode ser mesmo um banquinho
Pra sertaneja que viveu
Entre garranchos e espinhos